Estrada
Quando tenho mais tempo livre e estou mais despreocupada com a vida, os meus pensamentos debruçam-se sobre as coisas que faço e que me dão mais gozo e só nestas alturas penso conscientemente sobre aquilo que representam e o significado real que têm na minha vida. Esse significado é constante mas são poucas as vezes que penso nisso. Hoje apetece-me escrever, o fim-de-semana despoletou esta vontade em mim.
A estrada, aquilo que já tão familiarmente chamamos de estrada, é aquela vontade súbita, que nos dá às vezes, de sair daqui, aquela vontade incontrolável que se apodera de tudo o que pensamos. É aquela vastidão de mato, de campo, de terras ou então de cidade, de casas, de lojas, de ruas, de gentes. São os sotaques diferentes, é ir tão longe dentro da mesma terra, é fazer tantas horas de caminho e observar tudo, com aquela sofreguidão de querer ver mais. É ouvir as pessoas, saber aprender mais sobre as gente de outras terras, é aprender mais sobre aqueles com quem nos fazemos à estrada porque é na estrada que estamos mais vulneráveis, mais despidos e também mais descontraidos. É poupar e contar os trocos para a próxima viagem porque não somos ricos, mas a vontade é tanta. É dormir nos jardins, nos parques, no chão, na rua, nas estações de comboios, dentro dos multibancos. É saber sentir a terra e o ar. É o calor insuportável e o sol insistente. É o frio e o vento corrosivo. São as t-shirts, os ténis, as mangas curtas. São os casacões, as botas. É comer. É ter muita fome. São os sorrisos e as gargalhadas. É o sono e a rabugice quando já não se aguenta mais. São as amizades e também os confrontos, por vezes. É terra, terra, terra, e estrada e gente, muita gente diferente. É fugir do quotidiano, é saber viver os 14, os 18, os 20 ou os 30 anos. É saber que só se vive uma vez.
E ao fim do dia é a musica. Já não me importa qual. Podem ser os Xutos ou não. Foram os Xutos que me ensinaram a estrada mas já não é necessário que sejam eles. Basta que seja musica e que me percorra como uma corrente eléctrica. Basta que naquelas horas tudo fique para trás e só exista música.
E depois é o regresso...é dormir no autocarro ou no comboio. Ou então é partir para outro concerto. É chegar a casa e dormir muitas horas seguidas ou não dormir porque se tem que ir trabalhar. É saber esticar o tempo para se estar onde é necessário às horas que são necessárias. São beijos e abraços. São milhões de obrigados. É dizer adeus, até à próxima, sempre até à próxima. Porque eu sei que quer eu vá para Espanha ou para a China vou sempre voltar e a estrada vai estar sempre à minha espera (e vocês também), que para nós não há impossíveis nem quilómetros que cheguem para nos separar.
A estrada é tudo e é nada. É música. E são vocês.
A estrada, aquilo que já tão familiarmente chamamos de estrada, é aquela vontade súbita, que nos dá às vezes, de sair daqui, aquela vontade incontrolável que se apodera de tudo o que pensamos. É aquela vastidão de mato, de campo, de terras ou então de cidade, de casas, de lojas, de ruas, de gentes. São os sotaques diferentes, é ir tão longe dentro da mesma terra, é fazer tantas horas de caminho e observar tudo, com aquela sofreguidão de querer ver mais. É ouvir as pessoas, saber aprender mais sobre as gente de outras terras, é aprender mais sobre aqueles com quem nos fazemos à estrada porque é na estrada que estamos mais vulneráveis, mais despidos e também mais descontraidos. É poupar e contar os trocos para a próxima viagem porque não somos ricos, mas a vontade é tanta. É dormir nos jardins, nos parques, no chão, na rua, nas estações de comboios, dentro dos multibancos. É saber sentir a terra e o ar. É o calor insuportável e o sol insistente. É o frio e o vento corrosivo. São as t-shirts, os ténis, as mangas curtas. São os casacões, as botas. É comer. É ter muita fome. São os sorrisos e as gargalhadas. É o sono e a rabugice quando já não se aguenta mais. São as amizades e também os confrontos, por vezes. É terra, terra, terra, e estrada e gente, muita gente diferente. É fugir do quotidiano, é saber viver os 14, os 18, os 20 ou os 30 anos. É saber que só se vive uma vez.
E ao fim do dia é a musica. Já não me importa qual. Podem ser os Xutos ou não. Foram os Xutos que me ensinaram a estrada mas já não é necessário que sejam eles. Basta que seja musica e que me percorra como uma corrente eléctrica. Basta que naquelas horas tudo fique para trás e só exista música.
E depois é o regresso...é dormir no autocarro ou no comboio. Ou então é partir para outro concerto. É chegar a casa e dormir muitas horas seguidas ou não dormir porque se tem que ir trabalhar. É saber esticar o tempo para se estar onde é necessário às horas que são necessárias. São beijos e abraços. São milhões de obrigados. É dizer adeus, até à próxima, sempre até à próxima. Porque eu sei que quer eu vá para Espanha ou para a China vou sempre voltar e a estrada vai estar sempre à minha espera (e vocês também), que para nós não há impossíveis nem quilómetros que cheguem para nos separar.
A estrada é tudo e é nada. É música. E são vocês.