2008-04-01

Estrada

Quando tenho mais tempo livre e estou mais despreocupada com a vida, os meus pensamentos debruçam-se sobre as coisas que faço e que me dão mais gozo e só nestas alturas penso conscientemente sobre aquilo que representam e o significado real que têm na minha vida. Esse significado é constante mas são poucas as vezes que penso nisso. Hoje apetece-me escrever, o fim-de-semana despoletou esta vontade em mim.

A estrada, aquilo que já tão familiarmente chamamos de estrada, é aquela vontade súbita, que nos dá às vezes, de sair daqui, aquela vontade incontrolável que se apodera de tudo o que pensamos. É aquela vastidão de mato, de campo, de terras ou então de cidade, de casas, de lojas, de ruas, de gentes. São os sotaques diferentes, é ir tão longe dentro da mesma terra, é fazer tantas horas de caminho e observar tudo, com aquela sofreguidão de querer ver mais. É ouvir as pessoas, saber aprender mais sobre as gente de outras terras, é aprender mais sobre aqueles com quem nos fazemos à estrada porque é na estrada que estamos mais vulneráveis, mais despidos e também mais descontraidos. É poupar e contar os trocos para a próxima viagem porque não somos ricos, mas a vontade é tanta. É dormir nos jardins, nos parques, no chão, na rua, nas estações de comboios, dentro dos multibancos. É saber sentir a terra e o ar. É o calor insuportável e o sol insistente. É o frio e o vento corrosivo. São as t-shirts, os ténis, as mangas curtas. São os casacões, as botas. É comer. É ter muita fome. São os sorrisos e as gargalhadas. É o sono e a rabugice quando já não se aguenta mais. São as amizades e também os confrontos, por vezes. É terra, terra, terra, e estrada e gente, muita gente diferente. É fugir do quotidiano, é saber viver os 14, os 18, os 20 ou os 30 anos. É saber que só se vive uma vez.
E ao fim do dia é a musica. Já não me importa qual. Podem ser os Xutos ou não. Foram os Xutos que me ensinaram a estrada mas já não é necessário que sejam eles. Basta que seja musica e que me percorra como uma corrente eléctrica. Basta que naquelas horas tudo fique para trás e só exista música.
E depois é o regresso...é dormir no autocarro ou no comboio. Ou então é partir para outro concerto. É chegar a casa e dormir muitas horas seguidas ou não dormir porque se tem que ir trabalhar. É saber esticar o tempo para se estar onde é necessário às horas que são necessárias. São beijos e abraços. São milhões de obrigados. É dizer adeus, até à próxima, sempre até à próxima. Porque eu sei que quer eu vá para Espanha ou para a China vou sempre voltar e a estrada vai estar sempre à minha espera (e vocês também), que para nós não há impossíveis nem quilómetros que cheguem para nos separar.

A estrada é tudo e é nada. É música. E são vocês.


Autoria: Danurya (acho eu)


2008-03-31

Tiago no S. Jorge, parte II

Agora vão levar com uma carrada de vídeos do concerto (todos muitos escuros :s) mas olhem... apetece-me!!!

O Jardim (com dedicatória e João Lencastre ao piano :x)



O Jogo (o fim)



O Lenço (o inicio)



Fim da Tarde (a preferida!!!)



Paint it Black dos Stones (com João Neto dos Oioai)



Amanhã há mais

Tiago Bettencourt ao vivo no São Jorge


Não foi bem um concerto, foi uma conversa. E o mundo parou nas duas horas em que aquela conversa aconteceu. Começou assim, com esta música e "O Lenço" arrepiou-me por fora até à espinha e por dentro até à alma... e o resto foi um prazer imenso.
A imagem é terrível, o concerto não foi o que vi mas não importa... oiçam só e arrepiem-se como eu com este génio de barbas. E se puderem vejam ao vivo. Eu vou tentar ver muitas mais vezes.



O lenço ao vivo da FNAC de Santa Catarina

Arctic Monkeys - Old Yellow Bricks


Rota de colisãO

Lá, entre o Sol e o Si